Tempo seco e frio são fatores de risco para doenças respiratórias


Nos últimos meses, uma nova doença do trato respiratório alterou a rotina das populações em todo o mundo: a Covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. O isolamento social determinado pelas autoridades locais, o distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas, o uso de máscara e o reforço às medidas de higienização das mãos, com água e sabão ou com álcool 70%, são algumas das medidas obrigatórias para este período.
É claro que a ameaça trazida por uma nova enfermidade precisa receber a devida atenção de todos. Ao mesmo tempo, é necessário não descuidar de outras doenças respiratórias, que neste mês têm dois dias dedicados ao seu enfrentamento: o Dia Mundial de Combate à Asma (5 de maio) e o Dia Nacional de Prevenção da Alergia (7 de maio).
Ambas são motivo de algumas das queixas mais comuns tratadas no consultório médico do pneumologista Dr. Márcio Freitas Guimarães. “Além da asma e da alergia, as doenças mais comuns são infecções respiratórias (virais e bacterianas, incluindo sinusite)”, enumera. E a procura por apoio médico costuma aumentar já no tempo seco, comumente registrado a partir de maio – sendo ainda maior no inverno. Isso acontece porque as condições do tempo  favorecem a irritação das vias aéreas – que preferem ar quente e úmido.

Estou doente? O que pode ser?
As doenças respiratórias mais comuns são resfriado e gripe. Também costumam ser registradas nesse período infecções bacterianas como faringite, amigdalite, sinusite e pneumonia, além da asma, uma inflamação dos brônquios que pode estar relacionada a alergias.
Apesar de apresentarem sintomas semelhantes (coriza, febre, dor de garganta, cansaço, dor de cabeça e dificuldade para respirar), há sinais ou exames capazes de diferenciar uma da outra.
Na asma, por exemplo, aperto no peito e falta de ar podem ser mais frequentes. “Além disso, para saber se há um quadro alérgico, o grande diferencial é detectar se o paciente tem histórico de alergia ou se esteve exposto a determinado fator ambiental que pode ter causado o problema”, explica o Dr. Márcio. Por isso, a consulta médica é o melhor caminho para diagnosticar corretamente a doença.

Não se automedique!
No entanto, há muitas pessoas que optam por uma alternativa perigosa: a automedicação. Ao agirem assim, podem colocar a própria saúde em risco. “O erro mais comum é usar antibiótico para infecções virais. Considerando que os vírus são responsáveis por 75% destas infecções, a maioria dos pacientes não precisa tomar antibiótico. Outra condição muito comum é, diante de uma tosse, usar antialérgico, como se tosse persistente fosse tosse alérgica. Isso é um erro”, alerta o pneumologista.
Por isso, o ideal é agendar uma consulta. Após o diagnóstico médico, o tratamento indicado pode variar. “Como asma e rinite são, na sua maioria, alergias, elas devem ser tratadas com medicamentos anti-inflamatórios administrados por via inalatória. Quanto às infecções virais, o tratamento é sintomático. Já as bacterianas são contornadas com uso de antibiótico”, completa o Dr. Márcio.

O melhor remédio ainda é a prevenção
Siga estas dicas para se prevenir das doenças respiratórias:
Mantenha boa alimentação, hidratação e rotina de atividades físicas. Esses hábitos saudáveis deixam seu corpo mais forte diante de uma ameaça;
- Não fume;
- Tome as vacinas antigripais e antipneumonia, principalmente se for idoso ou portador de doenças crônicas.
- Caso seja portador de doenças crônicas, siga à risca seu tratamento médico e mantenha contato regular com o profissional de saúde de sua confiança.
    Se você possui alguma doença respiratória crônica, todas essas orientações são ainda mais importantes, já que esse é um dos grupos de risco do novo coronavírus. Faça sua parte!

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