Viver uma experiência no exterior é o
sonho de muitos brasileiros, e embora essa meta seja uma das mais comuns entre
as resoluções de ano novo, muitos acabam desistindo antes mesmo de tentar. O
fato é que planejar um intercâmbio é uma tarefa que requer muita dedicação e
informação por parte do estudante. Em muitos casos, por mais que exista o
desejo sincero de embarcar nessa aventura, a complexidade de escolher o
destino, pensar no visto, agendar as férias, parcelar o pagamento e acompanhar
a cotação da moeda, fazem a maioria desistir antes mesmo de tentar. Para os que
desejam realizar esse sonho em 2018, separei algumas dicas de planejamento e
informações sobre os destinos mais procurados pelos estudantes brasileiros.
#1 - Planeje seu orçamento: A melhor forma de começar a
concretizar o sonho é sabendo quanto você vai precisar investir. Comece
listando todos os gastos, desde os custos com o curso até a acomodação no país,
alimentação, passagem, seguro saúde, gastos com o visto e passaporte. O ideal é
decidir o destino de acordo com seu perfil e gostos pessoais, mas também
levando em consideração a quantia que você tem para gastar. A duração da viagem
influencia muito no investimento, portanto, ao invés de desistir do sonho, faça
com que ele caiba dentro do orçamento.
#2 - Agende sua viagem na baixa
temporada: Não
há forma melhor para economizar do que escolher viajar na baixa temporada. Isso
porque, além da passagem aérea, a acomodação e o curso também podem sair mais
em conta. Por isso, mantenha-se sempre bem informado. O período de alta
temporada varia de escola para escola, mas geralmente é no verão e em feriados
importantes do país de destino. A passagem aérea geralmente representa uma
grande fatia do investimento. Comprar com antecedência e monitorar os preços
para aproveitar promoções é a melhor saída.
#3 - Tipo de hospedagem: Tudo varia com o país de destino
e com a duração do intercâmbio. Para períodos maiores, a regra geral é fechar
as primeiras semanas de acomodação antes de sair do Brasil, e depois que já
estiver instalado pode até procurar outros estudantes para dividir um
apartamento, ou escolher outra opção que saia mais em conta. Para cursos de
curta duração, o melhor é já embarcar com a acomodação para todo o período, que
pode ser quarto compartilhado em residência, casa de família ou algum hostel da
cidade.
#4 - Escolha o destino: A maior parte dos destinos
procurados pelos estudantes brasileiros exige visto para estudar no país, e
cada lugar tem suas regras específicas. Então, para facilitar o planejamento,
fiz uma lista com as peculiaridades dos vistos para alguns dos países mais
cobiçados por quem deseja estudar lá fora.
Irlanda: Há cerca de um ano, o país fez algumas
mudanças para permissão de residência entre os alunos não europeus. A maior
delas é a redução do tempo de visto. A duração das aulas continua sendo de 25
semanas (6 meses). Já o período de férias, passou de 25 para oito semanas.
Durante esse tempo, continua sendo possível trabalhar 40 horas semanais, desde
que seja feito entre os meses de maio e agosto, e de 15 de dezembro a 15 de
janeiro. Apesar da diminuição do tempo de cada visto concedido, o estudante
poderá renovar seu visto por duas vezes, permanecendo no país como estudante de
inglês por até 24 meses. O primeiro contato com a imigração será no aeroporto.
De posse da carta da escola, confirmando a matrícula e a acomodação, o oficial
da imigração lhe dará um visto provisório, com duração de 30 a 90 dias. Se o
seu intercâmbio tiver duração superior a três meses, você precisará emitir
junto a imigração um certificado chamado Irish Residence Permit -
IRP.
Canadá: Se o curso tiver 24 semanas, ou menos, é possível solicitar o visto de
turista. O visto de estudante só é necessário para quem vai ficar no país por mais de seis meses. O
processo envolve o preenchimento de dois formulários, um de residente
temporário e um questionário de informações adicionais. Além de fotos, são
exigidas ainda cópia da declaração do imposto de renda, extrato bancário e os
últimos três holerites. Se for menor de idade, é necessária a autorização de
viagem dos pais com firma reconhecida. Em alguns casos, para conquistar o
documento é necessário passar por exames e se consultar com um médico indicado
pelo próprio consulado do Canadá.
Austrália: Possui inúmeros tipos de visto e o
que vai determinar é o motivo da sua viagem. Caso pretenda fazer um
curso com duração de até 12 semanas é possível solicitar o visto de visitante.
Já quem pretende estudar por um período superior, deve solicitar o visto de
estudo. Este visto será concedido com validade de acordo com a duração do
curso, mais um mês de férias após o término dos estudos. O estudante ainda terá
a permissão de trabalho de 40 horas por quinzena, desde que as aulas já tenham
iniciado. Ainda no Brasil, ao solicitar o visto de estudo para a
Austrália é necessário preencher corretamente os formulários exigidos, ter a
confirmação da matrícula, ter um seguro saúde, comprovar recursos financeiros
para se manter no país, além de comprovar vínculos de retorno ao Brasil. Cursos
específicos e universitários requerem ainda a proficiência na língua inglesa.
EUA: Para conquistar o visto de
estudante em cursos com carga horário superior a 18 horas por semana é preciso
o visto de estudante, e quem fornece o principal documento são as próprias
instituições de ensino. Um deles é o
Formulário I-20, enviado até quatro semanas depois da sua matrícula. Após o
recebimento desse formulário, você deve se registrar no SEVIS (Sistema de
Informações sobre Estudantes e Participantes de Intercâmbio). Com esse
registro, você deverá pagar uma taxa de aproximadamente US$ 200. Além desse
registro, será preciso preencher outro formulário, o DS-160. Também é
preciso agendar uma
entrevista no consulado americano. No dia
da entrevista, leve o formulário DS-160, o passaporte, a página de confirmação
de preenchimento adequado do formulário da solicitação do visto, o formulário
I-20, o recibo de pagamento da taxa SEVIS e duas fotos 5×5 recentes. Seja
sincero e sereno para não ter seu visto recusado. Cabe destacar que existem
alguns tipos diferentes de vistos de estudante nos Estados Unidos. O destinado
a programas de intercâmbio educacional ou cultural com mais de 18 horas de
estudo por semana é o J-1.
Nova Zelândia: Para cursos de até três meses não é
necessário solicitar o visto antes de embarcar. Ao chegar
ao país e apresentar os documentos exigidos, será concedido um visto de
turismo. Mas, se você pretende realizar um curso de período integral, com
duração superior a três meses, deve entrar em contato com a imigração. Os
documentos solicitados são passaporte, uma foto recente, o formulário online
para visto devidamente preenchido, bem como o formulário de financial
undertaking, assinado pela pessoa que estiver financiando o curso e pelo
gerente de seu banco. É necessário ainda recibo da escola
comprovando pagamento integral do curso, garantia de acomodação com endereço
onde o aluno vai ficar hospedado, extratos bancários dos seis meses anteriores
à aplicação do visto, imposto de renda e holerite, garantia de seguro viagem e
a cópia da passagem aérea (ida e volta). Quem fica por mais de seis meses,
precisa ainda de exames médicos.
Com um bom planejamento, e
com a orientação da sua agência de intercâmbio, tenho certeza de que você irá
tirar o sonho do papel e viver essa experiência no exterior em 2018.
Paula Leal é gerente da unidade Global
Study de Vitória
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