Férias escolares: cuidado para evitar acidentes domésticos deve ser redobrado


Com o início do período de férias, as crianças que antes gastavam toda a energia em atividades diárias na escola e em cursinhos extracurriculares agora estão com dia livre, sem atividades programadas. Ociosas, gastão toda a energia com muitas brincadeiras, como andar de bicicleta, skate, patins, jogar bola e correr muito. E é aí que mora o perigo, porque controlar as atividades nem sempre é possível muito menos evitar alguns tombos e quedas que podem até causar consequências graves. Segundo o ortopedista pediátrico do Hospital Orthomed Center, Celso Eduardo Ribeiro G. Santos, toda atenção é pouca quando se tem criança. “Com tanta energia as crianças usam de tudo para brincar. Dentro de casa, por exemplo, qualquer objeto pode se transformar num parque de diversão. Uma gaveta aberta que se transformar em escada, camas são usadas como trampolim. Fora de casa, nos parquinhos ou em playgrounds as crianças criam um mundo de obstáculos para andar de bicicleta, skate ou patins. E é nesse momento que um simples tombo pode trazer graves sequelas”, diz o médico, que ainda ressalta que as quedas podem causar de pequenos ferimentos à morte.

Dados do Ministério da Saúde apontam que quedas de crianças com idades entre zero e nove anos, representam a principal causa de atendimento e internação nas unidades de urgência do Sistema Único de Saúde – SUS e que nove em cada dez acidentes envolvendo crianças acontecem em casa. Com números tão elevados, a queda é considerada a terceira maior causa de morte infantil no país. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde os acidentes no período das férias, representam a principal causa de morte de crianças de um a 14 anos. No total, mais de cinco mil crianças morrem e aproximadamente de 137 mil crianças são hospitalizadas anualmente.

Em meio a números assustadores, o ortopedista Celso Santos afirma que estudos apontam que pelo menos 90% das lesões ocorridas por quedas podem ser evitadas com atitudes de prevenção e cuidado redobrado. “Todos os pais sabem que não se deve deixar nenhuma criança sozinha e quando o assunto é férias, é aí que não devem mesmo desviar a atenção. Não há estatísticas em hospitais particulares, mas dentro de nosso hospital sabemos que há um aumento de 30% do número de crianças atendidas no pronto-atendimento somente nas férias. Mais da metade dos atendimentos são feitos a crianças que sofreram quedas. Números mostram que cerca de 50% dos casos observados são relacionados a acidentes que poderiam ter sido evitados”, argumenta o ortopedista pediátrico.

O médico explica que cair faz parte do desenvolvimento da criança, dos primeiros passos às corridas de bicicleta. Mesmo assim, algumas medidas de prevenção são importantes para evitar acidentes mais graves, como:
Uso de portões de segurança no topo e na base das escadas. Caso a escada seja aberta, instale redes ao longo dela; instale barreiras nas cozinhas (pequenos portões). Estatísticas comprovam que o cômodo mais frequentemente relacionado aos acidentes é a cozinha;
Colocar dispositivos protetores nos armários (fechos plásticos) que demandam habilidade manual para retirá-los. As gavetas localizadas abaixo de 1 metro e que contém utensílios cortantes (facas, raladores, tesouras) devem ser priorizadas.
Protetores plásticos em quinas de móveis, acondicione chaves/chaveiros em lugares mais altos.
Manter camas, armários e outros móveis longe das janelas, pois podem facilitar que crianças os escalem e se debrucem para fora do prédio ou casa. Além disso, verifique se os móveis e o tanque da lavanderia estão estáveis e fixos;
Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o capacete é o equipamento fundamental. Ele pode reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%;
Ao levar as crianças para brincar no parquinho não se distraia. Observe se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança. O risco de lesão é quatro vezes maior se a criança cair de um brinquedo com altura superior a 1,5 m;
* Crianças não devem brincar perto de barreiras e barrancos.

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