O Carnaval está aí e a
conscientização da prevenção contra doenças deverão ser mais intensas. Todo
mundo quer saber de curtição, beijo na boca e uma boa paquera, mas alguns
cuidados são imprescindíveis para que essa brincadeira não estrague a festa.
Doenças um tipo viral oncogênico
(com potencial para causar câncer) como o Papilomavírus humano (HPV) e
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) podem desencadear uma série de
processos que, em alguns casos, poderão se transformar em um câncer do colo do
útero ou até mesmo de boca e garganta, por exemplo.
Recentes estudos, dados de
literatura e estatística, revelam que o DNA do HPV é encontrado entre 95 a 100%
dos tumores ginecológicos (do colo do útero). A infecção pelo por este vírus é
frequente, mas pode regredir espontaneamente na maioria das vezes. Mesmo sendo
um pouco raro casos em que a infecção persiste, ela pode acontecer por causa do
vírus oncogênico, podendo desenvolver lesões que se não identificadas
rapidamente poderão progredir para um câncer, principalmente no colo do útero,
vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
São considerados oncogênicos pelo
menos 13 tipos de HV, apresentando maior risco ou probabilidade de provocar
infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras. “Dentre os HPV
de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de
câncer do colo do útero. Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas
genitais e papilomas laríngeos, são considerados não oncogênicos”, afirma Dr
Rodolfo Gadia, oncologista clínico do COT – Centro Oncológico do Triângulo.
Segundo um estudo do Instituto
Nacional do Câncer (Inca), aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são
portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos.
Se compararmos esse dado com a incidência anual de aproximadamente 500 mil
casos de câncer de colo do útero. “Podemos concluir então que o câncer é um
desfecho raro, mesmo na presença da infecção pelo HPV. Ou seja, a infecção pelo
HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o desenvolvimento do câncer
do colo do útero.
Como
se prevenir?
A ausência de exames para detectar a
presença dos vírus de diferentes tipos que englobam o HPV (papilomavírus
humano) e a falta de informação são os principais vilões da doença. Geralmente,
o vírus pode ficar incubado e se manifestar muitos anos depois.
“É importante lembrar que os sintomas variam de acordo com o tipo de vírus. As
mulheres são mais vulneráveis à contaminação em razão do ciclo hormonal, pois a
imunidade varia ao longo do mês, diferente dos homens, por isso elas têm mais
chances”, alerta o médico oncologista.
Hoje em dia existem duas formas de
prevenção, uma delas é fazer os exames de rotina no consultório (colposcopia e
vulvoscopia), e ainda o exame citológico (exame preventivo de Papanicolaou).
Quando existe a suspeita, a confirmação só acontece através de exames
laboratoriais de diagnóstico molecular. Outra forma é por meio da vacina. Uma
delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em
70% dos casos de câncer de colo do útero e contra os tipos 6 e 11, que estão em
90% dos casos de verrugas.
"A vacina funciona estimulando
a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a
infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo
vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua
persistência durante um longo período de tempo. A vacina pode ser tomada no
Brasil e é administrada em 3 doses, com um, dois e seis meses", explica o
especialista.
Fonte: Ana Paula Linhares - Serifa Comunicação
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