A
possibilidade de falhar na hora H já é suficiente para deixar os homens
aterrorizados. Para os homens entre 40 e 70 anos a probabilidade de
impotência é ainda maior, pois o problema atinge creca de 50 % da
população masculina desta faixa etária.
O
National Institute of Health (INH) e a American Urological Association
(AUA) definem a disfunção erétil (DE) como a incapacidade, recorrente ou
permanente, de obter e/ou manter uma ereção peniana adequada para um
intercurso sexual satisfatório. Em definições anteriores não havia a
palavra “satisfatório”, com a sua introdução, fica clara a importância
da satisfação do paciente para perfeita definição da DE.
Para
o urologista e terapeuta sexual, Luiz Mauro Coelho Nascimento, a
prevalência da DE aumenta com a idade. “Abaixo dos 40 anos apenas um em
cada 50 homens apresentam DE, com aumento da idade a relação também
ascende, ou seja, um a cada 04 homens acima de 65 anos apresentam esta
dificuldade”, diz o médico.
Ele
explica que o fenômeno da ereção é evento hemodinâmico e multifatorial,
e depende de fatores psicológicos, neuroendócrinos, vasculares ou
teciduais.
A
disfunção erétil pode ser classificada em dois grupos: psicogênica e
orgânica (física). No grupo psicogênico, os jovens são os mais
atingidos, pois de acordo com o urologista, as causas estão relacionadas
a dificuldades conjugais, a perda de emprego, do cônjuge ou de parentes
próximos, também do medo de falhar, além da depressão, estigmas
religiosos, educação muito rígida, a ansiedade e a baixa autoestima, por
exemplo.
Já
os que estão inseridos no grupo Orgânico, as causas se relacionam com
fatores hormonais, vasculares, neurológicas e medicamentos.
O
urologista afirma que os fatores hormonais correspondem de 5% a 10% das
causas de DE. As principais se referem ao aumento da prolactina e
hipogonadismo (função testicular diminuída).
É
importante diferenciar quando há um falha eventual, motivada por
fatores específicos, de quando o problema requer acompanhamento médico. O
tratamento inicia-se com uma avaliação laboratorial para saber como
estão o metabolismo, o colesterol e os triglicérides.
Mesmo
que o paciente busque uma terapia de apoio, caso a origem seja
psicológica, costuma-se indicar remédio via oral para ajudar a resolver a
impotência. Mas é bom conhecer os riscos de vício psicológico no
medicamento, pois muitos homens sem a doença fazem uso deles apenas para
melhorar o desempenho sexual.
Já
quando as causas são vasculares, explica o médico, qualquer situação
que diminua o fluxo arterial para o pênis é passível de causar DE. Os
principais fatores de risco para esta condição são hipertensão arterial,
dislipidemia, diabete melito, tabagismo, obesidade / sedentarismo,
tratamento de neoplasias pélvicas.
Os tipos mais comuns e seus tratamentos
O
médico explica que para dar início ao tratamento da DE é preciso
avaliar as possíveis doenças associadas, em especial os pacientes com
algum risco cardiovascular, discutir as opções de tratamento em conjunto
com o paciente e a parceira, levando em consideração suas preferências e
expectativas e realizar o tratamento de forma progressiva, aumentando o
grau de invasão e risco. “Isso porque a DE, também pode ser considerada
como um sinal de alerta para doenças cardiovasculares, ou seja, doenças
arteriais, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral.
Nesse sentido, a avaliação mínima para DE consiste; além da história
médica e exame físico os seguintes exames; dosagem sérica da glicemia de
jejum, perfil lipídico (colesterol total e frações e triglicérides),
testosterona total e shbg para determinação da fração livre da
testosterona”, explica o Dr. Luiz Mauro Coelho Nascimento.
Os
tipos de tratamento mais comuns são a terapia oral que são os
inibidores da fosfodiesterase – 5 (PDE-5) – Sildenafil, Vardenafil,
Tadalafil, Lodenafil que atuam promovendo o relaxamento muscular dentro
do corpo cavernoso do pênis, dando condição necessária para obtenção da
ereção. Também a terapia intracavernosa que se caracteriza pela
introdução de medicações no corpo cavernoso do pênis, ainda o tratamento
cirúrgico com o implante de prótese peniana, geralmente indicada quando
não se obtém sucesso com as terapias anteriores e o dispositivo de
Constrição a Vácuo, que segundo o Urologista não constitui um modelo
muito bem aceito pela população masculina brasileira. Aqui entre nós
este equipamento é comercializado com o objetivo principal de aumentar o
pênis, o que não é verdade.
Outra
modalidade de tratamento é a Terapia Sexual, que consiste em
informações técnicas sobre o funcionamento sexual humano (masculino e
feminino), como também trocas de ideias e aprendizado sobre a
sexualidade humana, ou seja, sua real importância e valor para o ser
humano.
Enfim, “Qualquer tratamento deve vir acompanhado da ajuda da parceira, com sua compreensão , carinho e colaboração, evitando possíveis pressões sobre o parceiro, tornando o encontro sexual um momento de intensa troca de sentimentos, emoções e com exageros de criatividade, não permitindo que estes momentos se tornem um fardo, uma obrigação a ser cumprida”, conclui o especialista.
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