Caracterizado
pelo crescimento desordenado e acelerado de células no organismo, o
câncer é uma das doenças mais comuns do século XXI e acomete pessoas de
todas as idades. Devido à rapidez com que as células se multiplicam,
elas tendem a ser agressivas e incontroláveis, determinando a formação
de tumores malignos que podem levar até a morte. No entanto, com o
diagnóstico precoce e tratamento adequado, as chances de cura podem
chegar a 85%, dependendo do caso.
Em
crianças e adolescentes, a doença é rara, representando de 0,5% a 3% de
todos os casos registrados no mundo. No entanto, mesmo menos frequente,
representa uma das principais causas de morte em pessoas acometidas por
ela. De acordo com a oncologista Anna Beatriz Amaral, os tumores mais
comuns em pessoas de zero a 19 anos são leucemia, linfomas e os do
sistema nervoso central. “Diferentemente do câncer adulto, o câncer na
criança afeta células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.
Tumores no sistema nervoso periférico, na retina, nos rins e nas células
que dão origem a ovários e a testículos também podem acometer crianças e
jovens nessa faixa etária”, disse.
Assim
como na maioria dos casos, o tratamento da doença em crianças e jovens
pode ser feito por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e, em
algumas situações, transplantes. “A idade é um dos fatores que
influencia na dose da medicação e também nas sequelas futuras que o
paciente pode ter. Por isso, é importante analisar cada caso
individualmente”, afirmou Anna Beatriz Amaral. Depois de curado, o
paciente deve permanecer em acompanhamento por, pelo menos, dez anos. “O
intuito é de acompanhar uma etapa fundamental do tratamento oncológico,
que é a reinserção deste paciente e seus familiares na sociedade, na
escola, no trabalho, sem que haja prejuízos maiores de qualidade de
vida”, disse.
Além
do tratamento, a oncologista alerta os pacientes para a importância da
prevenção da doença. “Tendo em vista que o papel dos fatores ambientais
ou externos no desenvolvimento do câncer na criança e no adolescente é
mínimo, não existem medidas efetivas de prevenção primária para impedir o
desenvolvimento do câncer na faixa etária pediátrica, exceto a
vacinação contra hepatite B, que é eficaz na prevenção do
desenvolvimento do hepatocarcinoma”, afirmou. No entanto, caso seja
detectado em seu estágio inicial, as chances de cura são muito maiores.
“Para as crianças, diferentemente dos adultos, as medidas de
rastreamento não se mostraram efetivas. Neste contexto, o diagnóstico
precoce é a principal ferramenta para aumentar as chances de cura do
câncer infantojuvenil”, disse Anna Beatriz Amaral.
O
diagnóstico precoce é ainda a arma mais letal contra o câncer
infantojuvenil e, é necessário que haja parceria entre pais e médicos
para erradicar essa doença o mais cedo possível. “A manifestação clínica
dos tumores infantojuvenis pode não diferir muito de doenças sem maior
gravidade, comuns nessa faixa etária. Por isso, ao menor sinal de
anormalidade, é preciso leva-los ao pediatra para avaliação”, disse.
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