Há um mês, a auxiliar de serviços gerais de Franca
(SP), Nina Azevedo (SP), se viu diante de uma situação inusitada dentro de sua
casa no bairro Jardim Luiza II. A sua cachorra Jade, de 2 anos, mestiça das
raças pit bull e fila, adotou como se fossem seus os cinco filhotes da gata
Mel, de dez meses. “Eu nunca vi isso, até tentei obter ajuda sobre como agir,
com medo de que ela fizesse algo com os gatinhos”, afirmou.
Segundo Nina, quando aconteceu a primeira aproximação
entre a cachorra e os recém-nascidos, a primeira impressão foi de que Jade
machucaria os pequenos gatos. Mas logo o que poderia ser uma convivência
perigosa se tornou uma relação de afeto inesperada. “Quando a Mel teve os
filhotes fiquei com medo. A Jade começou a lambê-los e fique com medo de que
fossem comidos, mas ela os adotou, acabou ficando com eles. Ela chora por causa
deles”, conta a auxiliar de serviços gerais.
Se o comportamento da cachorra foi surpreendente,
assim também foi o modo como a mãe natural, a Mel, encarou a situação, relata a
moradora de Franca. Como se confiasse em Jade, a gata abandonou os filhotes aos
cuidados da pit bull e continuou a manter uma rotina semelhante à que tinha
antes de engravidar. “A Mel passeia muito, virou uma coisa. Sai pela rua
paquerando. Ela não esquenta a cabeça. A Jade é igual a mim, é mais
responsável”, diz Nina, comparando seu instinto materno com o da cachorra.
De acordo com a criadora, a relação de afeto se
estabeleceu principalmente depois que Mel parou de amamentar por ter leite
insuficiente para os filhotes. Espontaneamente Jade tomou os gatinhos da mãe e
passou a amamentá-los. “A Mel ficava com eles, mas a Jade tirava e logo começou
a dar de mamar naturalmente, sem necessariamente ficar prenha.”
O temperamento amigável da pit bull, criada desde
quando tinha 20 dias de vida por Nina, também ajudou nesse processo, segundo
ela. “A Jade chegou a ter filhote quando tinha dez meses, teve oito filhotes,
os vendi. Ela é companheira, não briga, não estranha ninguém. Só não aceita
outro cachorro ou outro gato dentro do quintal”, explicou Nina.
Gravidez psicológica
Sobre a possível gestação psicológica de Jade, Mazer
explica que isso poderia ter acontecido não apenas com os filhotes da gata.
“Qualquer animal ou até um objeto inanimado, como um urso de pelúcia ou uma
garrafa pet, podem despertar no animal a gravidez psicológica. O que é indicado
é castrar o animal, porque esta pseudo gestação, pode gerar descontrole
hormonal e a criação de tumores no útero ou no ovário, colocando a vida dele em
risco.”
Sem condições de cuidar de todos os animais e com
mais uma gestação da Mel confirmada, a auxiliar de serviços gerais disse que
pretende doar os gatinhos. Mais do que da mãe natural, o mais difícil, segundo
ela, será afastar os gatinhos da mãe adotiva. “Eu vou doar os filhotes. A Mel
vai ganhar mais filhotes daqui uns dia de novo. Mas estou com dó de tirá-los da
Jade. A Mel não está nem aí”, diz.
Fonte: Rodolfo Tiengo - G1 Ribeirão e Franca
Comentários
Postar um comentário